Há algum tempo era comum falar do Chile e naturalmente dizer
que era um pais com forte vocação para produção de bons vinhos, e ao mesmo
tempo dizer que era um pais que produzia sob-receita. Costumava dizer que o
Chile era um dos países que mais conseguia dar um padrão internacional ao
vinho, produzindo assim vinhos bem feitos, mas também muito parecidos, quase
desprezando o terroir.
Salvo algumas poucas exceções até os grandes vinhos me davam essa impressão.
Outro fato que também me era corriqueiro era identificar os vinhos tecnológicos do novo mundo em contrapartida aos de terroir do velho mundo.
Para mim era uma questão de tempo para que viéssemos a ter um encontro entre as duas escolas, onde o velho e o novo mundo se mesclariam e aos poucos teríamos mais terroir no novo mundo e mais fruta e cor no velho mundo. Não exatamente o que vislumbrava aconteceu, mas algo ainda melhor. Desde meados da década de 90 vemos o velho e novo mundo acrescentando a essa mescla, mas não abandonando suas origens, a não ser pelos novos produtores, alguns levaram as escolas para seus continentes, outros simplesmente preservaram as suas de origens, ou enviaram enólogos que passaram a conduzir vinhas e vinhos como faziam em suas terras natal. Tivemos neozelandeses produzindo na Espanha, franceses no Chile e muitos conseguiram produzir com sotaque de velho do novo e de novo no velho mundo, mas em ambos os casos o melhor: preservaram o terroir local.
Outro fato que também me era corriqueiro era identificar os vinhos tecnológicos do novo mundo em contrapartida aos de terroir do velho mundo.
Para mim era uma questão de tempo para que viéssemos a ter um encontro entre as duas escolas, onde o velho e o novo mundo se mesclariam e aos poucos teríamos mais terroir no novo mundo e mais fruta e cor no velho mundo. Não exatamente o que vislumbrava aconteceu, mas algo ainda melhor. Desde meados da década de 90 vemos o velho e novo mundo acrescentando a essa mescla, mas não abandonando suas origens, a não ser pelos novos produtores, alguns levaram as escolas para seus continentes, outros simplesmente preservaram as suas de origens, ou enviaram enólogos que passaram a conduzir vinhas e vinhos como faziam em suas terras natal. Tivemos neozelandeses produzindo na Espanha, franceses no Chile e muitos conseguiram produzir com sotaque de velho do novo e de novo no velho mundo, mas em ambos os casos o melhor: preservaram o terroir local.
Essa é a história do sensacional Jean-Pascal Lacaze, um
francês radicado no Chile há mais de décadas e responsável por um dos projetos
de maior sucesso em termos de vinhos de terroir no Chile, é dele a assinatura
do ícone Domus Aurea, da vinícola Quebrada de Macul.
Em 2012 pude conversar com Jean-Pascal durante a Expovinhos
de Vitória, na época apresentava o programa Bomdi Vinho (ClickTV-UOL) e
pude perceber o que de fato esse enólogo queria provocar com seus vinhos. O
Domus Aurea é a expressão total do terroir aliada ao manejo francês do
assemblage. É quase como colocar Bordeuax (França) no Maipo (Chile) e o
resultado é um vinho de excelência com qualidade, longevidade e fruta intensa.
Dessa mesma forma se expressa nos vinhos da família Domus,
caso do Stella Aurea (considerado por muitos como a versão feminina do Domus) e
o Alba de Domus apresentado como o segundo vinho.
Quero crer que é a paixão pelo o que fazemos é o combustível para se envolver em muitos projetos. Jean me contou que uma segunda linha nasceu por conta dessa paixão, a linha Peñalolen, o nome é uma forma de agradecimento ao local onde está situada a vinícola “Viña Quebrada de Macul” e o vinho nasceu em um ano em que o Cabernet Sauvignon, segundo Jean, não atingiu a alta qualidade para entrar no corte do Domus, assim sua produção foi engarrafada como um varietal, lançando o excelente Peñalolen Cabernet Sauvignon no ano 2000.
Esse mesmo
espírito apaixonado pelo que faz, levou esse espetacular enólogo ao encontro de
outro,
Chamamos vinho de autor, mas poderíamos chamar de vinho da sabedoria, pois esses grandes enólogos simplesmente acompanham o movimento da natureza e conduzem seu resultado na garrafa.
Um “papa” quando se fala em orgânico e biodinâmico, no Chile e no Mundo,
Álvaro Espinoza. Desse encontro se lançou a pedra fundamental para um dos
vinhos chilenos que mais admiro, o orgânico Pargua. Trata-se de mais um projeto de
autor, só com dois vinhos o próprio Pargua e o segundo vinho chamado Anka
Pargua. E mais uma vez aqui temos revelado um vinho único, fruto da terra e
pequena, porém genial intervenção humana.Chamamos vinho de autor, mas poderíamos chamar de vinho da sabedoria, pois esses grandes enólogos simplesmente acompanham o movimento da natureza e conduzem seu resultado na garrafa.
Todos seus vinhos são encontrados com facilidade:
Domus Aurea – varia em função da safra (Cabernet Sauvignon - cerca de 80%,
Merlot, Carmenere, Cabernet Franc, Petit
Verdot) – R$ 350
Alba de Domus - varia em função da safra (Cabernet Sauvignon - cerca de 60%,
Merlot, Cabernet Franc) – R$ 170
Stella Aurea - varia em função da safra (Cabernet Sauvignon - cerca de 70%,
Merlot, Cabernet Franc) – R$ 190
Penalolen varietais: Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenere, Cabernet Franc,
Syrah e Chardonnay – faixa dos R$ 75; Sauvignon Blanc (para mim o melhor no
Brasil), na faixa dos R$ 55
Pargua – Carmenere, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Syrah - R$ 105
Anka Pargua - Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Syrah, Merlot, Carménère e
Petit Verdot - R$ 60
0 Comentários